Todo paciente que se submete a uma cirurgia abdominal, corre o risco de evoluir com uma hérnia no local da incisão. Estudos mostram que esta possibilidade gira em torno de 20 a 30%.
As hérnias incisionais, como são conhecidas, resultam da fraqueza da musculatura abdominal no local das incisões cirúrgicas, que promovem abaulamentos da parede, por onde podem passar, inicialmente a gordura da parede abdominal, ou até órgãos intra-abdominais como o intestino ou o epiplon. Várias são as causas que facilitam a sua formação: tabagismo ativo; deixar de seguir as orientações de repouso nos primeiros dias de pós operatório; obesidade; gravidez; ou qualquer fator que aumente a pressão intra-abdominal. Geralmente ocorrem entre 3 meses e 6 meses de pós-cirurgia, podendo tambem aparecer apos varios anos. Assim como o outros tipos de hérnia ventral, sua identificação se dá por uma boa história clínica, associada a um detalhado exame físico, onde pode-se identificar abaulamento, redutível ou não, em local de cicatriz de incisões prévias. Em casos onde há dúvida diagnostica, exames complementares como Ultrassonografia da Parede Abdominal, Tomografia Computadorizada do Abdomen, ou ressonância magnética, podem ser solicitadas.
O tratamento será cirurgico, sempre que o paciente não tiver contra-indicação para tal, e pode ser realizado via aberta ( convencional ), ou minimamente invasiva ( Videolaparoscopia ou Robótica ). A decisão do tipo de tratamento, cabe ao cirurgião especialista, que levará em consideração o tipo da hérnia e seu tamanho, para a melhor proposta terapêutica. Hérnias com cicatrizes grandes e aspecto estético ruim, estas podem ser ressecadas no mesmo ato operatório, com rotação de retalho cutâneo local.