A cicatriz umbilical, ou umbigo, como é comumente conhecida, consiste em uma depressão na parte inferior da linha mediana do abdômen, resultante da cicatrização do coto do cordão umbilical, que sofre necrose e se desgarra por perda da função após o nascimento. Esta cicatriz torna-se um ponto de fraqueza do abdômen que pode fechar por conta própria até o terceiro ano de vida, em média. Na persistência desta fraqueza, com o decorrer do tempo, a hérnia pode aparecer, inicialmente como um "caroço", podendo aumentar com o tempo e vir acompanhada por dor, principalmente durante as atividades que forçam o abdômen. Em cerca de 90% das situações, é um defeito adquirido que resulta do aumento na pressão intrabdominal.
O diagnóstico da hérnia umbilical se faz através de exame físico por um cirurgião especialista, não havendo necessidade de exames de imagem complementares. A exceção se dá nos casos de dor na cicatriz umbilical onde o exame físico é dificultado pela obesidade ou cicatrizes de outras cirurgias antigas.
O tratamento da hérnia é feito cirurgicamente, com devolução do tecido herniado para dentro do abdômen e reparo da falha com suturas. Hérnias com anel herniario grande, telas de reforço são empregadas para evitar que as mesmas retornem após a cirurgia.
Pacientes submetidos a Herniorrafia Umbilical, nome que se dá a esta cirurgia, não precisam de um preparo específico. Pacientes com fatores de risco para complicações são: fumantes, obesos, imunossupressos e portadores de doenças respiratórias crônicas. Os fumantes devem interromper o uso do cigarro, pelo menos 1 mês antes da cirurgia. O tabaco prejudica a cicatrização dos tecidos, aumentando o índice de complicações. Os obesos tem a pressão abdominal persistentemente elevadas, e, para serem submetidos a cirurgia com segurança, devem estar com o índice de massa corpórea ( IMC ), idealmente abaixo de 30 Kg/m2. Os portadores de doenças pulmonares crônicas devem estar bem compensados, para se evitar tosse no pós-operatório, o que pode forçar o local da cirurgia.
Hérnia pequenas e sem sintomas, podem ser acompanhadas sem cirurgias após avaliação de um especialista, porém, boa partes destes pacientes acabam apresentando sintomas em algum momento de suas vidas.